Escola Nacional Florestan Fernandes, um modelo de difusão dos conhecimentos voltados para a transformação social

ENFF . Divulgação


Para aqueles cuja hora chegou
Nunca é tarde demais! (...)
Frequente a escola, você que não tem casa!
Adquira conhecimento, você que sente frio!
Você que tem fome, agarre o livro: é uma arma.
Você tem que assumir o comando*.


*Bertolt Brecht (1898-1956), poeta, dramaturgo e revolucionário alemão, escreveu esses versos (parte do seu poema Elogio do Aprendizado) para enfatizar a importância do conhecimento como instrumento indispensável da classe trabalhadora na sua luta pela emancipação.


Nessa mesma perspectiva, movimentos sociais brasileiros construíram e mantêm em funcionamento a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), que desde 2005 oferece cursos voltados para a formação de ativistas e dirigentes das lutas populares. Nos sete primeiros anos de existência da ENFF, já passaram por ela cerca de 20 mil militantes, procedentes de todo o Brasil, de outros países da América Latina e também da África. 

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 A Escola – como é chamada, carinhosamente, pelos seus professores, alunos e amigos mais próximos – foi erguida no município de Guararema, a 70 quilômetros de São Paulo, com o trabalho voluntário de mais de 1 mil trabalhadores sem terra e simpatizantes do MST e de outras organizações sociais. O terreno, de 30 mil metros quadrados, abriga três salas de aula (com capacidade total para 200 pessoas), um auditório e dois anfiteatros, além de dormitórios, refeitórios e uma biblioteca com 40 mil livros.

Para levar adiante seu trabalho, a ENFF conta apenas com a contribuição dos próprios movimentos sociais e o apoio solidário de entidades e indivíduos, no Brasil e no exterior. É exatamente essa a razão da existência da Associação Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes (AAENFF), formada em dezembro de 2009 por um grupo de intelectuais, professores, militantes e colaboradores da nossa Escola.

A ENFF conhecida mundialmente por suas ações sociais recebe sempre visitas de ativistas atuantes em causas na literatura, ciência, tecnologias, cinemas, pois através de seus engajamentos transformam as várias linguagens como incentivo a movimentos sociais.

Ator Benício Del Toro visitou a Escola ENFF no lançamento do filme Che.

Pedro Stédile (líder do MST) caminha pelo espaço externo da escola com o ator Benício Del Toro, que lançou o filme sobre a história de Che Guevara.  Fotos: Talles Reis

Del Toro visitou a Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema (SP), com o presidente nacional do movimento, João Pedro Stédile em outubro de 2010. O ator teria explicado a intenção do filme e elogiado o movimento. "O MST traz oportunidade e esperança ao ser humano. Oportunidade de educação, de mudança. Tem os mesmos princípios que defendia Che Guevara, é portanto um movimento guevarista", disse Benício.


O ator porto-riquenho conheceu a experiência da escola, voltada ao fortalecimento dos processos de estudo, articulação e intercâmbio entre organizações da classe trabalhadora do campo e da cidade. 


Del Toro com o escritor e jornalista Fernando de Morais (esquerda)

No mesmo dia, Del Toro participou de um debate com o jornalista e escritor brasileiro Fernando Morais, a atriz Priscila Camargo, do Movimento Humanos Direitos (MHuD), e militantes de movimentos sociais. Ao final da visita, usando o boné do MST, Del Toro ajudou a plantar um jambeiro na área externa na Escola. “O sonho de Che está vivo aqui”, comentou.


Priscila Camargo com o ator Benício Del Toro plantam árvore. Fotos: Talles Reis/MST
 
* Bertolt Brecht, "Elogio do Aprendizado", in: Poemas 1913-1956, São Paulo, Brasiliense, 1986, p.121.

Para conhecer melhor a ENFF acesse o site aqui


Com informações da ANP