Gita, o disco mais vendido de Raul Seixas

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Com mais de 600 mil cópias vendidas, Gita levou Raul Seixas ao sucesso, em 1975. 

Recém chegado do exílio, Raul posou para a capa do disco vestido de guerrilheiro com uma guitarra vermelha, numa provocação à ditadura que o forçou a viver nos Estados Unidos. Durante seu exílio, Raul afirmava ter-se encontrado, em 1974, com o ex-beatle John Lennon. Eles conversaram durante algumas horas sobre grandes figuras da humanidade, como Jesus Cristo, Albert Einstein e Calígula.

Acompanhado de Paulo Coelho, Raul gravou no álbum alguns de seus grandes sucessos, como "Gita", inspirada num livro sagrado hindu com mais de 6.000 anos, o Bhagavad Gita, "Medo da Chuva", "O Trem das 7", "S.O.S." e a "Sociedade Alternativa", inspirada na obra de Aleister Crowley. Observe no final do vídeo Gita as referências ao hinduísmo, da Flor de Lótus e de sua transformação cor de rosa (simbolizando paz e amor) como o centro da Flor.


A música para muitos poderia ser entendida apenas num contexto cristão, mas na realidade a compilação de ideias poéticas ressurge como um meio do artista chamar a atenção para o homem, este sendo o Centro do Universo e Senhor de sua vida - "Eu sou o início, o fim e o meio". O segredo que poucos conhecem.

Escritores, pensadores, músicos e atores encontraram esta inspiração no período ápice da revolução cultural do contato com a Índia, ou a importação da nova cultura, estabelecendo a contracultura, tanto na Europa como nos EUA, no pós guerra, entre o fim dos anos 60 a 70. Os artistas buscavam outras teorias pragmáticas e filosóficas no hinduísmo, traduzindo seus sentimentos de luta pelo amor e a paz mundial, lembre The Beatles que versaram em seus ritmos, o Krishna, na filosofia do Bhagavad Gita.

Em seu sentido literal, Bhagavad Gita, como a parte mais conhecida do Mahabharata, a maior obra da literatura sânscrita e uma das mais importantes da literatura universal, contém os conselhos de Krishna - a suprema personificação da Divindade - a Arjuna, seu confidente, amigo e devoto, procurando livrá-lo da inquietude e da perplexidade em que se encontrava, na iminência de uma luta contra seus próprios parentes.
 
Mas, além desse sentido histórico, material ou literal, o Bhagavad Gita, como toda Escritura Sagrada, tem ainda vários graus de sentido espiritual ou esotérico, figurando a perplexidade de Arjuna a luta que se trava no interior de cada homem entre o Bem e o Mal, entre as forças superiores da Alma e suas forças inferiores. Krishna, que lhe explica a verdadeira natureza humana e a sua relação com Deus, é o Verbo de Deus, o Logos ou o Cristo em nós, o nosso imortal Ego Divino.

A filosofia perene do Gita intrigou a mente filosófica do homem, tanto do Oriente quanto do Ocidente, a ponto de provocar as declarações mais entusiasmadas por parte de alguns de seus maiores pensadores, como esta, do escritor da América do Norte, Henry Thoreau (autor de Desobediência Civil): " ... Comparado com o Gita, o nosso mundo moderno e sua literatura parecem insignificantes e triviais"; ou definições consagradoras como esta, que lhe foi dada por Wilhelm Von Humboldt: "A coisa mais profunda e mais sublime de que dispõe o mundo".


Gita agrada todo o público. Foi aclamada a obra mais conhecida da arte de Raul, como referência para a juventude em todas as gerações que encontram em seus versos rebeldia, poesia e indignação. Assista ao vídeo de Gita: