Dilma pede 'paz, união e diálogo', após se reeleger no segundo turno

Dilma celebrou a vitória junto ao ex-presidente Lula. Imagem: Reuters

A presidente Dilma Rousseff, reeleita neste domingo para um segundo mandato de quatro anos por uma apertada margem de votos, pediu paz, união e diálogo e assegurou que estenderá pontes aos seus detratores para "mudar" o país.

"Minhas primeiras palavras são de um chamado à paz e à união", disse Dilma, em Brasília, após ser proclamada vencedora destas disputadíssimas eleições contra o social-democrata Aécio Neves.

"Esta presidente está disposta ao diálogo e este é o meu primeiro compromisso no segundo mandato", acrescentou, comprometendo-se a promover uma "reforma política" e a "combater a corrupção" com penas mais duras.No discurso, várias vezes interrompido por emotivas palavras de ordem da militância que gritava, "o povo não é bobo, abaixo a rede globo".

"Quero ser uma presidente muito melhor do que fui até agora" prosseguiu Dilma, acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de "militante número um das causas do povo e do Brasil".

Dilma considerou que o resultado apertado "não dividiu o país pela metade".

No vídeo durante o discurso a militância gritava: Dilma, Dilma, olê, olê, olâ. Emoção.



Estas eleições "mobilizaram ideias e emoções, às vezes contraditórias, mas movidas por um sentimento comum, a busca de um futuro melhor para o país", declarou.

"Fui levada à Presidência para fazer as grandes mudanças que os brasileiros exigem", inclusive uma profunda reforma do sistema político e um combate "mais rigoroso" à corrupção no país.

"Meu compromisso é fazer esta reforma, que é responsabilidade constitucional do Congresso e que deve mobilizar a sociedade em um plebiscito por meio de uma consulta popular. Isto vai dar legitimidade para levar adiante uma reforma política", acrescentou.

No ano passado, uma consulta popular para promover as mudanças políticas foi rejeitada no Congresso.

Dilma antecipou, ainda, que promoverá "ações localizadas" na economia para "retomar o crescimento" e sair da atual recessão técnica, combater a inflação e avançar na responsabilidade fiscal.

"Vamos dar impulso econômico em todos os setores, especialmente o industrial", destacou.

Dilma, presa e torturada durante a ditadura, obteve 51,64% dos votos sobre 48,36% de Aécio, com 99,95% das urnas apuradas.


Fonte: Reuters.