No sábado, o novo “churrascão da gente diferenciada” acontece na Cracolândia

Ato deve colocar em pauta o abuso de autoridade, a questão dos direitos humanos e a intolerância da polícia

Por Sâmia Gabriela Teixeira - SPressoSP  10.01.12
Em maio do ano passado o "churrascão da gente diferenciada", realizado em Higienópolis, reuniu cerca de 4 mil pessoas (Foto: Lino Ito Bochini)
Um grupo de internautas criou o evento que promete ser tão crítico e irônico quanto a primeira edição do “churrascão da gente diferenciada”, realizada no ano passado, no bairro de Higienópolis. O ato agora pretende discutir a situação das pessoas em situação de rua que consomem crack e a violência policial que têm sofrido e se agravado após o início da Operação Nova Luz. O churrascão mais uma vez foi organizado no Facebook e, até o final desta tarde, já havia a confirmação de mais de 830 pessoas. Quem está à frente da organização do evento é o Coletivo Dar (Desentorpecendo a Razão), grupo que tem como mote a defesa pela legalização das drogas, não com apologia ao uso, mas que defende a não proibição como uma maneira eficaz de evitar os problemas sociais que as drogas causam.

Exemplo de que funciona

A primeira versão foi realizada como um ato de protesto às declarações de moradores da região de Higienópolis, que eram contra a construção de uma estação de metrô no bairro. O relato que intitulou o evento partiu de uma moradora que alegou que a estação na região atrairia “gente diferenciada”. O protesto contou com cerca de 4 mil pessoas e teve repercussão por ser um dos primeiros grandes eventos de mobilização social organizados no espaço virtual de relacionamento.

Confira o convite para o “churrascão” de sábado:

Chega de dor e sofrimento na Luz!

Churrascão diferenciado versão Luz: porque na “cracolândia” todo mundo é gente como a gente.

Neste sábado, venha mostrar para o governo que sua polícia não é bem-vinda em nossas ruas.
Sem oferecer alternativas decentes aos dependentes e sem respeitar os direitos humanos deles e dos outros usuários, trabalhadores e freqüentadores da região da Luz, o governo paulista vem ocupando militarmente, desde o dia 3 de janeiro, a zona conhecida como “cracolândia”.

Higienismo, preconceito, segregação, violência, intolerância, tortura, abuso de autoridade e mesmo suspeitas de assassinato passaram a ser ainda mais constantes nos dias e principalmente nas madrugadas do bairro.

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