Conhece-te a ti mesmo. A condição humana, tomar a pílula vermelha ou azul.

Matrix - 1999
Sair da escuridão, ser livre e consciente do universo interior e exterior.

O “conhecer-te a ti mesmo”, que era, na inscrição de Delfos (onde Sócrates foi proclamado o mais sábio), uma advertência ao homem para que reconhecesse os limites da natureza humana, tem dois significados : Ter a consciência da condição humana, não
tentar ser mais do que é para os homens serem, não tentar ser Deus, não ser arrogante, devendo os limites do homem serem respeitados para que se viva bem, ou seja, a consciência da seriedade e gravidade dos problemas, que impede toda presunção de fácil saber e se afirma como consciência inicial da própria ignorância; E, o conhecimento interior, para o grego, é conhecer o que permanece oculto, isto é, as coisas divinas eternas, o que as pessoas nem sabem que podem ser. Ou seja, é necessário conhecer o mundo para conhecer a si mesmo.

O conhecimento da própria ignorância não é a conclusão final do filosofar, mas o seu momento inicial e preparatório.

Relação entre o filme matrix e o mito da caverna.

O denominado mito da caverna, também conhecido como alegoria da caverna foi criada pelo filósofo Platão, discípulo de Sócrates, a qual se trata da exemplificação de como é possível nos libertar da condição da escuridão que nos aprisiona a partir da luz da verdade, ou seja, imagine um muro alto que separa você do mundo externo de uma caverna, e nesta caverna existe uma fresta por onde existe um feixe de luz. Quando se fala em filosofia, muitos estudiosos comentam da analogia que pode ser realizada entre o filme ‘Matrix’ e o mito da caverna, sendo que as similaridades se iniciam com Sócrates e Neo, respectivamente grande filósofo grego comparado com a personagem principal do longa-metragem. Qual a analogia existente? Assim como Sócrates, a personagem Neo questionava profundamente o sistema que o envolvia, da mesma maneira que o filósofo grego buscava despertar o pensamento de outras pessoas, no entanto, enquanto Neo buscava ‘acordar’ as pessoas para a realidade fora da ‘Matrix’ e conhecer a si mesmo, Sócrates desejava fazer com que as pessoas buscassem o conhecimento, principalmente através da conhecida frase: ‘Conhece-te a ti mesmo’.

Se libertar da própria prisão: medo do desconhecido, do conhecimento
Em relação à mitologia de Platão, este filósofo e matemático grego, escreveu em sua obra ‘A República’ a alegoria do mito da caverna, a qual serviu como base para a o desenvolvimento desta trilogia de grande sucesso de bilheteria. É fácil notar que existe um grandioso abismo entre os séculos que separam a obra de Platão com o filme ‘Matrix’, no entanto, ambos os trabalhos possuem características similares. No texto de Platão, as personagens se encontravam aprisionados em uma caverna, privados do mundo que o cerca, imóveis até que certo dia, um deles conseguiu escapar e assim chegou ao mundo fora da escuridão da caverna. A princípio a personagem ficou super surpresa com a realidade e com a luminosidade do sol, e logo se contentou com seu novo mundo e com grande compaixão em relação aos seus companheiros, a personagem voltou à caverna para informá-los sobre a realidade fora da escuridão. No entanto, seus companheiros não deram a mínima atenção ao que foi dito por aquele que conseguiu chegar a luz do sol chamando-o de louco, pois por estarem tão enraizados e acostumados com a caverna não pensavam na existência de um novo mundo.

Já no filme ‘Matrix’ a mente das personagens está armazenada em um programa que recebe o nome de ‘Matrix’, tal programa que tem a capacidade de simular uma realidade humana praticamente perfeita e enquanto viajavam neste mundo, sua energia provinda de impulsos elétricos eram sugadas pelas maquinas que dominavam o mundo real. Desta forma, tanto no filme ‘Matrix’ quanto no mito da caverna o enredo conta com personagens presos em um mundo considerados por eles real e verdadeiros, apesar de estarem vivendo em um mundo que não condizia com a verdade, isto é, em um mundo totalmente simulacro.