Na Filândia, a melhor educação do mundo é 100% estatal, gratuita e universal. Os professores são servidores públicos, ganham bem e são estimulados e reconhecidos.
Foi a Finlândia a vencedora. A Finlândia costuma ficar em primeiro ou
segundo lugar nas competições internacionais de estudantes, nas quais
as disciplinas testadas são compreensão e redação, matemática e
ciências.
A mídia internacional tem coberto o assim chamado “fenômeno
finlandês” com encanto e empenho. Educadores de todas as partes têm ido
para lá para aprender o segredo.
Se alguém leu alguma reportagem na imprensa brasileira, ou soube de
alguma autoridade da educação que tenha ido à Finlândia, favor
notificar. Nada vi, e também aí não tenho o direito de me surpreender.
Algumas coisas básicas no sistema finlandês:
1)Todas as crianças têm direito ao mesmo ensino. Não importa se é o filho do premiê ou do porteiro.
2)Todas as escolas são públicas, e oferecem, além do ensino, serviços médicos e dentários, e também comida.
3) Os professores são extraídos dos 10% mais bem colocados entre os graduados.
4) As crianças têm um professor particular disponível para casos em que necessitem de reforço.
5) Nos primeiros anos de aprendizado, as crianças não são submetidas a nenhum teste.
6) Os alunos são instados a falar mais que os professores nas salas
de aula. (Nos Estados Unidos, uma pesquisa mostrou que 85% do tempo numa
sala é o professor que fala.)
Isto é uma amostra, apenas.
Claro que, para fazer isso, são necessários recursos. A carga
tributária na Finlândia é de cerca de 50% do PIB. (No México, é 20%. No
Brasil, 35%.)
Já escrevi várias vezes: os escandinavos formaram um consenso segundo
o qual pagar impostos é o preço – módico – para ter uma sociedade
harmoniosa.
Não é à toa que, também nas listas internacionais de satisfação, os
escandinavos apareçam sistematicamente como as pessoas mais felizes do
mundo.
Para ver de perto o jeito finlandês de educar crianças, basta ver um fascinante documentário de 2011 feito por americanos.
Comecei a ver, e não consegui parar, como se estivesse assistindo a
um suspense. Achei no YouTube uma cópia com legendas em espanhol. Está
no pé deste texto.
Todos os educadores, todas as escolas, todas as pessoas interessadas
na educação, no Brasil, deveriam ver e discutir o documentário.
Por Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo - 13.03.2013
Veja o vídeo