Governadores do PSDB usam a PM para bater em estudantes e professores: Aécio Neves (MG), Ieda Crucis (RS) Beto Richa (PR), José Serra (SP) e Geraldo Alckmin (SP).
Se havia um projeto presidencial 'Alckmin 2018', ele acabou na tarde
desta quinta-feira, quando um policial militar de São Paulo agrediu, com
o punho cerrado, um estudante secundarista, como se pretendesse levar a
nocaute o jovem que protestava pelo direito de ter uma educação pública
de qualidade; se o paranaense Beto Richa era o governador tucano que
batia em professores, Alckmin conseguiu ir além: é o governador que bate
em alunos; não por acaso, a Folha de S. Paulo desta sexta-feira indica
que sua aprovação despencou vinte pontos e é mais baixa da história; nem
o recuo na 'reorganização educacional', nem um improvável pedido de
desculpas poderão transformar Alckmin num candidato viável
SP 247 – Até
recentemente, aliados do governador Geraldo Alckmin, de São Paulo,
diziam que a candidatura presidencial pelo PSDB em 2018 cairia
naturalmente no seu colo, quase que por gravidade. Bastaria ficar quieto
e deixar que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), um mau perdedor que
ameaça a democracia brasileira, prosseguisse com suas trapalhadas, no
seu ímpeto golpista.
Por isso mesmo, Alckmin manteve um
diálogo construtivo com a presidente Dilma Rousseff e jamais comprou
abertamente a tese do impeachment. Aos poucos, ele vinha amarrando
alianças dentro do PSDB, como com o governador Marconi Perillo, de
Goiás, e com outros partidos, como o PSB.
No entanto, o projeto Alckmin
dependia também de que ele não cometesse erros. Especialmente, que não
cometesse erros tão grotescos como a guerra inútil e já perdida que ele
próprio criou com estudantes secundaristas, ao decidir fechar 93 escolas
em seu projeto de 'reorganização educacional'.
Numa resistência histórica, os
alunos ocuparam mais de 100 escolas e, como Alckmin não se dispôs a
dialogar, os protestos migraram para as ruas. A imagem que simboliza a
luta estudantil foi captada por Newton Menezes, da Agência Futura Press,
e, nela, um policial militar, com os punhos cerrados, agride com um
soco no rosto um estudante, como se pretendesse levá-lo a nocaute num
ringue de boxe.
A imagem, publicada na capa do
jornal Estado de S. Paulo, estará inscrita para sempre na biografia de
Alckmin. Se o paranaense Beto Richa era o governador tucano que batia em
professores, Alckmin conseguiu ir além. É o governador tucano que bate
em alunos. Ou seja, que violenta o futuro.
Não por acaso, esta sexta-feira traz
também uma pesquisa Datafolha que revela um quadro desolador para o
governador. Sua aprovação caiu vinte pontos e é a mais baixa da
história. Se um ano atrás 48% o consideravam ótimo ou bom, hoje são
apenas 28%. Menos do que os 30% que consideram sua administração ruim ou
péssima.
Alcklmin ainda não repreendeu a
Polícia Militar, não pediu desculpas aos estudantes, nem reviu sua
reorganização escolar. Mas mesmo que o fizesse, nada seria capaz de
ressuscitar seu projeto presidencial de 2018.
Com informações do Brasil 247