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Após
negociação entre os governos municipal e estadual, a tarifa de
ônibus, metrô e trens de São Paulo voltará a custar R$ 3. Anunciado pelo Prefeito Fernando Haddad (PT) e o Governador Geraldo
Alckmin (PSDB), na noite de hoje.
Ontem, ocorreu o sexto protesto contra as tarifas na capital paulista. O
ato começou de forma pacífica na praça da Sé, mas um grupo mais
exaltado atravessou as grades que faziam o isolamento na frente da
prefeitura e atiraram objetos contra os guadas-civis que faziam um
cordão na frente do prédio. Ao menos dois guardas ficaram feridos.
Houve ainda pichações ao prédio da prefeitura e bandeiras hasteadas na
frente do prédio foram arrancadas. Mais tarde, um grupo de pessoas ainda
depredou e saqueou lojas da região central. Até a madrugada, ao menos,
63 pessoas tinham sido detidas.
VANDALISMO
Sobre os episódios de violência ocorridos ontem, durante o sexto
protesto contra o aumento da passagem de ônibus, o Prefeito disse que
existem grupos no movimento que querem interditar o diálogo.
"Infelizmente o debate tem sido interditado por grupos que não confiam
na democracia. São criminosos os que estão agindo nas ruas", criticou.
"Gestos como o de ontem não contribuem para o funcionamento da cidade.
Independente da manifestação, as pessoas têm o direito de chegar ao
trabalho, de chegar em casa. Mas você não precisa, para ter
manifestação, excluir os demais direitos das pessoas. O que aconteceu
foi uma atrocidade contra a cidade."
Sobre as críticas de que a Polícia Militar demorou a agir ontem, Haddad
disse que telefonou ao secretário Fernando Grella (Segurança Pública) e
ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e ouviu explicações de que existe
uma preocupação da polícia em só agir em último caso.
"Obviamente, depois da quinta-feira, existe uma preocupação muito grande
para que, de parte da população, não haja uma percepção de que a
polícia esteja em contradição com ela. Existe uma preocupação grande da
Polícia Militar neste momento de só agir em último caso, preservando a
integridade física das pessoas."
Na quinta-feira (13), a PM foi criticada por ter contido a manifestação
com uso indiscriminado de balas de borracha, que atingiram inclusive
jornalistas, e detenções de pessoas que portavam apenas frascos com
vinagre - usado para amenizar os efeitos do gás lacrimogênio.
Haddad disse ainda que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) preservou o prédio da prefeitura e só acionou a PM "no tempo devido".
Por Bruno Broghossian, colaboração Daniela Lima - FSP