Por Luana - Rede Brasil Atual
Em conversa com jornalistas na semana
passada, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), criticou a
oposição ao governo da presidenta Dilma Rousseff, liderada pelo senador
Aécio Neves (PSDB-MG), pela falta de “ideias e projetos”. As declarações
foram divulgadas dia 27 pelo portal “Rede Brasil Atual“.
Para o prefeito da maior cidade do País, o senador “Aécio é visto hoje por muita gente boa como patético”.
“Eles não poderiam perder uma eleição
nunca com o poder econômico e político e midiático concentrado do jeito
que é. Perdem porque são ruins”, afirmou.
Haddad ressaltou que ainda há muito
espaço para o debate de ideias e projetos, algo que falta no espectro
oposicionista. “Os adversários estão errando a mão, com faziam há dez
anos. Batiam todo santo dia no Bolsa Família”, enfatizou.
“O que vivemos hoje começou a germinar
há pelo menos dez anos. Essa ação de dez anos cultivando a intolerância
tem efeito sobre a sociedade. Hoje, uma parte da juventude está
contaminada com o discurso de intolerância. E mesmo nas camadas
ascendentes que deveriam ser protagonistas, muitos estão reféns deste
discurso de intolerância”, afirmou o petista.
Ao falar das eleições municipais do
próximo ano, Haddad disse acreditar que o campo conservador não tem
qualidade para vencer o debate e tentará colher os frutos de ter
desviado o debate para o que chama de “subterrâneos” da política, onde
se trava outro tipo de disputa.
Segundo o prefeito, a primeira tentativa
da oposição para criticar os programas de transferência de renda dos
governos petistas foi dizer que os pobres iriam acabar se acomodando e
que as políticas eram paternalistas e clientelistas.
“Quando na verdade era um programa
anticlientelista, por ser universal, de superação da extrema pobreza no
país, hoje vitrine no mundo inteiro. Mas houve uma tentativa da direita
de desconstituir o Bolsa Família, tentando fazer com que a maioria da
população não beneficiada se voltasse contra os beneficiários”,
relembrou o petista.
O prefeito destacou ainda que em São
Paulo se está discutindo política pública. “Ninguém está discutindo se
sou honesto ou não. Está se discutindo a mais avançada política pública
possível em uma cidade”, garantiu.
Haddad deu o exemplo dos Centros de
Artes e Esportes Unificados (CEU). “Tem feito muito sucesso na periferia
você levar universidade pública para os CEUs. Para um sujeito que mora
na periferia, a USP não existe, é um sonho irrealizável. Mas se você
fala que no CEU ali e tem uma vaga pública, começa a aproximar o jovem
de periferia”, afirmou.
Mobilidade também foi tema da conversa
com os jornalistas. O prefeito de São Paulo relembrou as ações nesta
área desde o primeiro ano de seu governo.
“Estamos no terceiro ano de mudanças.
Primeiro ano, foi pau nas faixas de ônibus. Esqueceram a faixa de
ônibus, e pau na ciclovia. Largaram a ciclovia agora, e pau na questão
da redução da velocidade. Já vencemos as duas primeiras. E essa última
ainda vamos vencer, porque o resultado é muito importante”, contou.
Haddad falou dos exemplos de Londres e
Paris na redução da velocidade das vias. “Li numa reportagem do Le Monde
que a redução da velocidade em Paris, de 80km/h para 70, aumentou em
18% a velocidade média dos carros”, destacou.
“Na campanha dará tempo de mostrar que isso vai salvar vidas e melhorar a fluidez no trânsito”, garantiu.
O prefeito aproveitou para criticar a
imprensa, que faz cobertura tendenciosa. “Você tem Bandeirantes, Jovem
Pan, Estadão batendo. O jornal que elogiou o Kassab quando reduziu a
velocidade na Avenida 23 de Maio é o mesmo que critica a redução nas
marginais”, ressaltou.
Para Haddad, a irracionalidade, que tem uma forte dose de artificialismo, interessa à política conservadora.
“No combate à corrupção, não tem governo
que tenha feito mais”, enfatizou o petista. “Não tem um debate que não
podemos ganhar. Mas vai ser a eleição mais difícil do mundo. É mais
fácil estar melhores condições em 2018 do que e 2016”, finalizou Haddad.