Padre Jaime Crowe, homenageado com o prêmio Dom Paulo Evaristo Arns, e o Prefeito Fernando Haddad conclamam público para oração a Dom Paulo que estava internado no hospital. Fotos: Márcia Brasil |
A atividade aconteceu no Festival de Direitos Humanos e Cidadania, com encerramento dia 17
de dezembro
Gratidão, este
foi o sentimento das centenas de pessoas que prestigiaram a entrega de três
premiações ao mesmo tempo para as parcerias que desenvolveram ações e projetos
na área de direitos humanos, dia 12 de dezembro, no Auditório Oscar Niemeyer, no Parque Ibirapuera. A
ação fez parte do “Festival de Direitos Humanos e Cidadania”,
que se encerrou no último sábado (17) na cidade de São Paulo.
Nessa edição,
pela primeira vez a escolha do homenageado envolveu uma consulta popular aberta
ao público. 80 projetos foram inscritos e avaliados por uma comissão julgadora,
sendo 49 na categoria Professores, 18 na categoria Unidades Educacionais, nove
de Estudantes e quatro na categoria grêmios estudantis.
O processo
resultou em 17 indicações encaminhadas a comissão julgadora, composta por Paulo
Vannuchi, Margarida Genevois, Moacir Gadotti, Maria Victoria Benevides,
Maurício Piragino, Flávia Inês Schilling, José Sergio Fonseca Carvalho, Vera
Masagão e Marco Antonio Barbosa, que elaboraram uma lista tríplice enviada ao
prefeito Fernando Haddad para escolha final
Prefeito Haddad e a secretária adjunta de Direitos Humanos, Djamila Ribeiro |
Dentre as premiações,
as homenagens honraram vítima da ditadura, produção de áudio visual, memória e verdade pela lei da anistia e ações de cidadania. O
auditório contou com a presença do prefeito Fernando Haddad, da vice-prefeita
Nadia Campeão, do vereador Suplicy, o mais eleito na capital paulista e
ex-secretário de direitos humanos, e da atual secretária-adjunta de direitos humanos, Djamila Ribeiro, cidadãos, trabalhadores, estudantes,
professores e entidades.
Haddad destaca “se nós não aprendermos regras básicas de tolerância, respeito e
dignidade, nós não poderemos viver com tantas pessoas juntas. Temos que
reforçar os nossos vínculos comunitários para preservarmos a integridade
física, espiritual e moral de cada pessoa que habita a nossa cidade”, disse o
prefeito. Ele lembrou a
importância do respeito à diversidade em um momento tão fragilizado no país.
Em sua primeira edição, o Prêmio
de Direito à Memória e à Verdade leva o nome da militante da Vanguarda
Popular Revolucionária (VPR) Alcieri Maria Gomes da Silva, que foi assassinada
oito dias antes de completar 27 anos, quando agentes da Oban invadiram e
metralharam a sua casa, no bairro do Tatuapé. Alcieri foi morta com quatro
tiros e enterrada como indigente no Cemitério Municipal de Vila Formosa.
O professor
emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo Fábio Konder
Comparato foi homenageado com a premiação, pelo questionamento da
constitucionalidade da Lei da Anistia. Ele também foi o autor da representação
à Comissão Interamericana de Direitos Humanos que obrigou o país a investigar e
punir crimes de agentes da repressão durante o regime militar e por advogar na
ação que reconheceu que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra cometeu crime
de tortura.
“Ofereço este
prêmio em homenagem ao povo afro-brasileiro, cuja dignidade reverencio pelos
sacrifícios prestados a todos nós durante séculos”, disse Bruno Comparato,
filho de Fábio, que recebeu o prêmio e leu mensagem escrita pelo pai.
Também foram
concedidas menções honrosas à cineasta Tatá Amaral, diretora do filme
"Hoje", e ao Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Unifesp
(CAAF), criado há dois anos para realizar a identificação das mais de mil
ossadas da vala clandestina no Cemitério Dom Bosco, em Perus.
A terceira edição do Prêmio de Direitos Humanos Dom Paulo
Evaristo Arns homenageou o Padre Jaime Crowe, conhecido pelo trabalho de
combate à violência e promoção da cidadania na zona sul da cidade.
“Não caberiam
neste prêmio todos os nomes que fazem parte desta história. Este prêmio é
como a cidade. Não é só meu, mas de todos nós. É uma honra receber o prêmio que
leva o nome do cardeal dos Direitos Humanos, do profeta de esperança, dom Paulo
Evaristo Arns, que tanto fez e sempre foi um exemplo de vida para mim”, disse o
padre Jaime Crowe, que a pedido do prefeito fez uma oração pela saúde de dom
Paulo, que estava hospitalizado na ocasião, vindo a falecer dia 14.
Na ocasião, fotos que lembravam a memória de Dom Paulo Evaristo foram entregues ao público que levantaram os cartazes para homenagear a liderança política e religiosa, símbolo da resistência, tão importante para o cenário das lutas dos movimentos sociais e da classe trabalhadora desde a ditadura. Este prêmio é uma homenagem a pessoas que se destacaram na luta pelos Direitos Humanos. Nas duas primeiras edições, os homenageados foram Frei Betto e Luiza Erundina.
Eleison, da Ação Educativa, segura cartaz em homenagem a Dom Paulo. |
Alexandre Cordeiro, coordenador da Dre Campo Limpo, homenageia o arcebispo |
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Já na quarta edição do Prêmio Municipal de Educação em Direitos Humanos 14 homenagens a projetos desenvolvidos sobre diferentes temas, como violência contra a mulher, bullying e homofobia. “A educação estabelece muitas parcerias, mas uma das mais bonitas é esta que a gente estabelece com a Secretaria de Direitos Humanos, para celebrar esses trabalhos bonitos que são feitos nas nossas escolas”, disse a vice-prefeita e secretária municipal de Educação, Nádia Campeão.
As premiações
reconhecem diferentes trabalhos desenvolvidos por cidadãos que vivem na cidade
e se preocupam com o próximo. “A gente hoje coroou uma série de atividades que
mudaram a cara da cidade e o jeito como ela se relaciona com as pessoas nos
últimos anos”, disse o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania,
Felipe de Paula.
Com informações
da Secretaria de Direitos Humanos da Cidade de São Paulo
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